O processo de ocupação humana na Amazônia: considerações e perspectivas
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Museu Paraense Emilio Goeldi
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Resumo
As diferenças ambientais na Região Amazônica apresentam-se
como produto do processo de modificações da paisagem e do clima, e estão
integradas por variáveis diversas como o solo. as formações geológicas e
geomorfológicas, a vegetação, a fauna e o clima. Através de experiências
adaptativas levadas a efeitos com relativo sucesso, o homem amazônico
incorporou as diferenças ambientais ao seu cotidiano, enriquecendo e
diversificando a sua cultura. A diversidade cultural, constatada desde o
período pré-colombiano através dos estudos arqueológicos, define os diferentes
estágios da ocupação pré-histórica da Amazônia. Com a intensificação da
presença do europeu a partir de 1616, tem início uma situação de contato
interétnico que resultou num processo irreversível de deculturação e
miscigenação dos povos indígenas. As atividades extrativistas do látex, do óleo
de copaíba, da castanha-do-Pará e de outros produtos nativos, embora tenham
acelerado o desenvolvimento urbano de Manaus e Belém e o surgimento de vilas
e povoados, causaram a formação de uma estrutura de classes sociais distorcida
que perdura até hoje, bem como a redução dos territórios indígenas. Em 1970
ocorre uma verdadeira ruptura histórica e simbólica com a implantação do
Programa de Integração Nacional - PIN, que gerou intenso fluxo migratório,
especulação fundiária e violentos conflitos entre fazendeiros posseiros, índios,
seringueiros e garimpeiros. As populações caboclas. com suas peculiaridades
associadas à natureza dos bens mobilizáveis, sofrem as consequências dos
impactos causados pela devastação das florestas, extração mineral. construção de represas, pesca industrial indiscriminada, etc. As populações indígenas
contemporâneas atravessam uma fase crítica, característica de uma nova
situação de crise decorrente da reocupação econômica desenfreada, baseada
na grande propriedade econômica, subvencionada pelo Estado. Das populações
pré-históricas, temos o patrimônio arqueológico que, apesar de ser protegido
por lei federal como "bem da União ", também vem sendo destruído pela
reocupação econômica desenfreada. Ao lado dessas colocações, são
apresentadas sugestões que podem, subsidiar a formulação e implantação de
políticas desenvolvimentistas compatíveis com as características e vocações
naturais e culturais da região
