Aspidosperma nitidum reduces parasite load and modulates cytokines in BALB/c mice infected with Leishmania (Leishmania) amazonensis.

Abstract

A falta de vacinas demonstra a necessidade de tratamentos alternativos para leishmaniose. Estudo in vitro demonstrou previamente a atividade leishmanicida de extratos de A. nitidum. Este estudo descreve, pela primeira vez, a atividade antileishmania de extratos de A. nitidum em camundongos Balb/c infectados e seu efeito imunomodulador. O extrato (EE) foi obtido pela maceração do pó da casca com etanol, que foi fracionado por partição ácido-base, originando as frações alcaloide (AF) e neutra (FN). EE e AF foram analisados por espectroscopia de massas. Tratamento intragástrico diário foi realizado com EE e AF, nas doses de 200 mg/kg e 400 mg/kg, em camundongos Balb/c com 28 dias de infecção por Leishmania amazonensis. Um medidor de espessura foi utilizado para avaliar a progressão da lesão e o método MTT para determinar a carga parasitária no baço. A quantificação de IL-10 e IFN-γ foi realizada por ELISA. A análise do espectro de massas do EE indicou a presença dos alcaloides corinanteol e ioimbina, enquanto no AF foi identificado o alcaloide di-hidrocorinanteol. Para elucidar o modo de interação desses alcaloides com a proteína TR, alvo molecular de fármacos antileishmania, utilizamos abordagens de modelagem molecular, como docking, simulações de dinâmica molecular e afinidade por energia livre. O tratamento com EE por 28 dias na maior dose testada reduziu significativamente o tamanho da lesão. EE e FA após 28 dias de tratamento apresentaram atividade antileishmania dependente da dose, o que reduziu a carga parasitária no baço de camundongos infectados em 42,5% e 22,1%, respectivamente. Tanto EE quanto FA apresentaram efeito imunomodulador, pois diminuíram a expressão de IL-10 e aumentaram os níveis de IFN-γ. A eficácia de A. nitidum no tratamento da leishmaniose cutânea foi comprovada neste estudo. Os resultados obtidos in silico demonstraram que os compostos são capazes de interagir com os resíduos catalíticos do TR. Os resultados de energia de afinidade demonstraram que os complexos formados são favoráveis à inibição enzimática. Os alcaloides presentes na planta demonstraram não apenas atividade antileishmania, mas também a capacidade de modular a resposta imune do hospedeiro. Esses resultados promissores abrem perspectivas para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e abrangentes contra a leishmaniose cutânea.