Cenozoic biostratigraphy of larger foraminifera from equatorial carbonate platform of northwestern Brazil

Abstract

A sucessão cenozóica offshore da Bacia do Pará-Maranhão, na margem equatorial brasileira, é estudada para investigar assembleias esqueléticas e foraminíferas durante o intervalo Oligoceno-Mioceno, um dos momentos fundamentais na evolução ambiental do nosso planeta. O material do testemunho 1-MAS-16-MA é analisado usando uma combinação de análises paleontológicas convencionais e abordagens inovadoras, como microtomografia computadorizada e datação U/Pb em carbonatos. Os resultados permitiram delimitar claramente o intervalo Oligoceno-Mioceno e dividi-lo em quatro assembleias foraminíferas e sete biofácies úteis tanto para reconstruções paleoambientais quanto para correlações estratigráficas. A análise paleoambiental indica um padrão comum de oscilações relativas do nível do mar com a Bacia da Foz do Amazonas, próxima à região, destacando um comportamento comum desta parte da margem passiva equatorial durante o intervalo Oligoceno-Mioceno. A comparação entre a sucessão de conjuntos esqueléticos e foraminíferos do núcleo investigado e outras sucessões da região da América Central e Meridional indicou a presença de conjuntos foraminíferos estratigraficamente relevantes que poderiam ser úteis para melhorar a correlação entre as diversas sucessões cenozoicas da área (conjuntos dominados por nummulitídeos e lepidociclinídeos no Rupeliano; conjuntos dominados por Heterostegina (Vlerkina) antillea, lepidociclinídeos e miogipsinídeos primitivos no Chattiano; conjuntos dominados por Heterostegina (Vlerkina) antillea, lepidociclinídeos e miogipsinídeos diferentes de Miogypsinoides e Miogypsinella, no Aquitano; conjuntos dominados por miogipsinídeos avançados no Burdigaliano; conjuntos pós-Mioceno Inferior caracterizados pela ausência de lepidociclinídeos e miogipsinídeos abundantes). Finalmente, a resiliência geral da maioria dos grandes táxons de foraminíferos bentônicos à transição Oligoceno-Mioceno atesta mais uma vez a adaptabilidade desse grupo de produtores de carbonato.