Ants of Brazil: an overview based on 50 years of diversity studies

Abstract

Apesar dos esforços históricos para listar e organizar o conhecimento taxonômico sobre a fauna de formigas brasileira, a mais diversa do mundo, persistem diversas lacunas em relação aos dados de distribuição de espécies e à cobertura amostral. Na tentativa de preencher algumas dessas lacunas, aplicamos aqui uma abordagem cienciométrica para fornecer uma visão geral atualizada das formigas do Brasil com base em publicações formais sobre a diversidade de formigas no território brasileiro. Nos últimos 50 anos, estudos de diversidade de formigas no Brasil revelaram 1.130 espécies, correspondendo a cerca de 70% das espécies conhecidas no país. Os biomas brasileiros com o maior número de espécies descritas registradas foram, respectivamente, a Floresta Amazônica (716 espécies), Mata Atlântica (657 espécies), Cerrado (389 espécies), Caatinga (185 espécies), Pantanal (143 espécies) e Pampa (86 espécies). Considerando o número e a frequência de espécies não identificadas, os gêneros Azteca, Hypoponera, Pheidole e Solenopsis representam as principais fronteiras do conhecimento em relação à resolução taxonômica, com mais de 80% de seus registros associados a códigos morfoespécies em estudos de diversidade no Brasil. Além disso, cerca de 7,5% dos artigos apresentaram inconsistências em suas listas de espécies quanto à validade dos nomes taxonômicos, e encontramos estudos para os quais alguns registros de táxons são geograficamente implausíveis. Além de demonstrar a importância das publicações ecológicas para o conhecimento da diversidade de formigas no Brasil, nossos resultados destacam um forte viés amostral nos dados de ocorrência de formigas no país, com registros de espécies distribuídos de forma desigual pelos biomas brasileiros. Em suma, nossos resultados constituem informações valiosas para futuros projetos de taxonomia e levantamentos de formigas em áreas naturais brasileiras.