Chemical fractionation and bioaccessibility of potentially toxic elements in area of artisanal gold mining in the Amazon

Abstract

A mineração artesanal pode ter modificado a mobilidade, a biodisponibilidade e a bioacessibilidade de elementos potencialmente tóxicos (EPTs) na mina de ouro de Serra Pelada, Amazônia Oriental, Brasil, o que ainda não foi estudado. Os objetivos foram realizar o fracionamento químico de bário (Ba), crômio (Cr), cobre (Cu), níquel (Ni), chumbo (Pb) e zinco (Zn), e determinar a bioacessibilidade desses elementos em solos e rejeitos de mineração coletados em áreas agrícolas, florestais, de mineração e urbanas da zona de influência da mina de ouro de Serra Pelada. As concentrações pseudototais foram obtidas por digestão ácida, o fracionamento químico foi realizado utilizando a extração sequencial Bureau Community of Reference (BCR), a bioacessibilidade oral foi obtida pelo Teste de Extração Simples de Bioacessibilidade (SBET) e a bioacessibilidade pulmonar foi obtida através da solução de Gamble. As concentrações pseudototais indicaram contaminação por Ba, Cu e Ni. A extração sequencial revelou a predominância de todos os elementos na fração residual. No entanto, o Ba encontra-se em altas concentrações nas formas de maior mobilidade, variando de 166,36 a 1379,58 mg kg₂. Independentemente da área, o Cr e o Cu são mais bioacessíveis por via oral, na fase intestinal, e o Zn, na fase gástrica. O Ba, o Cr e o Zn não são bioacessíveis por via pulmonar, enquanto o Cu, o Ni e o Pb são bioacessíveis por via inalatória. Os EPTs estudados merecem atenção não apenas pelas altas concentrações pseudototais encontradas (que indicam risco potencial), mas também pelas concentrações em formas de alta mobilidade e frações bioacessíveis, principalmente nas áreas de maior ocupação antrópica.